Um recente estudo conduzido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgado esta semana ofereceu uma análise abrangente das disparidades de renda entre os habitantes de diferentes cidades de Mato Grosso no ano de 2020. Os dados foram obtidos por meio da combinação das informações provenientes das declarações de Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, conhecida como Pnad Contínua.

Segundo os resultados, a maioria das cidades com as rendas médias mais elevadas em Mato Grosso está ligada à produção de soja, com nove das dez principais cidades se destacando nesse setor. A lista é liderada por Primavera do Leste, que registrou uma renda média de R$ 2.776 e ocupa o 15º lugar no ranking dos 100 municípios mais ricos do agronegócio brasileiro, conforme informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Sapezal, com R$ 2.719, e Sorriso, com R$ 2.631, completam o "top-3".

10 Cidades Mais Ricas de Mato Grosso

• 1ª Primavera do Leste: (R$ 2.776,00)
• 2ª Sapezal: (R$ 2.719,00)
• 3ª Sorriso: (R$ 2.631,00)
• 4ª Cuiabá: (R$ 2.428,00)
• 5ª Lucas do Rio Verde (R$ 2.091,00)
• 6ª Querência: (R$ 1.917,00)
• 7ª Campo Novo do Parecis (R$ 1.917,00)
• 8ª Campos de Júlio: (R$ 1.846,00)
• 9ª Campo Verde: (R$ 1.756,00)
• 10ª Sinop: (R$ 1.720,00)

No entanto, Cuiabá apresenta um cenário diferente, com uma renda média de R$ 2.428, ocupando o quarto lugar no estado. A economia da capital não se concentra na produção de grãos, diferentemente das demais cidades do "top-10".

Na extremidade oposta, Barão de Melgaço, situada a 113 km ao sul, apresentou a menor renda média da população mato-grossense, com apenas R$ 201, representando uma disparidade de 13 vezes em relação a Primavera, também na região sul.

O estudo ressalta que a desigualdade de renda no Brasil é ainda mais acentuada do que se imaginava quando se considera a parcela superior da distribuição de renda, usando dados do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), situando o país no topo do ranking mundial de desigualdade.

Além disso, os autores do estudo observam que, mesmo com a implementação do Auxílio Emergencial para preservar a renda dos mais pobres, a desigualdade não diminuiu ao longo de 2020, como se esperava. Isso ocorreu devido ao desempenho significativamente inferior do ganho da classe média brasileira em comparação com os mais ricos.